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Estudo mostra que 56,3% das empresas estão dispostas a aumentar seus investimentos no setor
O Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial – CBVE acaba de lançar a pesquisa Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil III. A pesquisa mostrou que 56,3% das empresas estão dispostas a aumentar seus investimentos em voluntariado. Dessas, 59,4% planejam aumentar de 1% a 5% o aporte em ações voluntárias no próximo ano. Outros 24,3% pretendem aumentar de 5,1% a 15% e apenas 5,4% consideram incrementar em mais de 30%.
Wanda Engel, presidente do CBVE, afirmou que a pesquisa mostra avanços fantásticos. “Ter informações que nos ajudam a entender a questão do voluntariado na totalidade é extremamente importante para saber como incentivar empresas que ainda não realizam nenhum trabalho desse tipo. Mas é necessário avançar na questão do monitoramento e da avaliação de resultados para saber se estamos alcançando os objetivos traçados”, completou. Com esses dados em mãos, ela acredita que será mais fácil convencer as empresas que o investimento em voluntariado empresarial traz muito benefícios para a organização.
De acordo com o orçamento consolidado das companhias em 2011, a maior parte delas, 24,6%, aportou de R$ 50 mil a R$ 200 mil em ações voluntárias. A segunda faixa mais pontuada, que vai até R$ 10 mil, foi o investido por 21,7% das empresas. Na faixa intermediária – de R$ 10 mil a R$ 50 mil – se enquadram 14,4% das empresas. As que dispõem de mais recursos para o voluntariado, com aportes que superam R$ 500 mil, somam 17,3%. É a mesma fatia das empresas que não tem orçamento anual pré-definido. A menor fatia, 4,3% está na faixa de R$ 200 mil a R$ 500 mil.
O estudo, feito a cada dois anos, mostrou que 82% das empresas que têm programas de voluntariado estão na Região Sudeste. A novidade está na posição dos estados dessa região. Até 2010, a predominância se dava em São Paulo. De acordo com o novo levantamento, o Rio de Janeiro obteve 33,3% contra 29% de São Paulo.
A maioria das empresas que pratica o voluntariado empresarial, 81%, destina seus projetos a atender crianças e adolescentes. O segundo público mais beneficiado são os jovens, com 55%, seguido da comunidade próxima à empresa, com 44%. Para 90% das empresas, os projetos de voluntariado melhoram a sua relação com a comunidade e para 74% delas aumenta o envolvimento dos funcionários com a empresa.
Em 65,2% das empresas, as ações voluntárias partiram da própria companhia. O segundo maior fator desencadeador das iniciativas partiu de estímulos dos colaboradores e, para 30%, os programas iniciaram por demandas de ONGs, comunidades ou do Poder Público. Mobilizações espontâneas de colaboradores independentes das empresas e o atendimento a demandas emergenciais (enchentes, desastres ambientais etc.) estão empatados com 20,2% cada um. Para essa pergunta, as empresas puderam marcar mais de uma resposta.
De acordo com o levantamento, a maioria das companhias que pratica o voluntariado empresarial possui um setor responsável pelas ações: 82%. Os setores normalmente são os de responsabilidade social ou sustentabilidade, 58%, e de comunicação ou marketing, 21,8%. Algumas ações ficam ainda sob a responsabilidade de institutos ou fundações vinculadas à empresa: 16,4%.
Em relação às pesquisas anteriores, houve uma queda no percentual daquelas que montam equipes exclusivas para as atividades de voluntariado – 64% em 2010 contra 47,8% em 2012. As equipes, em sua maioria, são formadas por até três pessoas: 59%. Em 98% desses casos, há um profissional responsável pela promoção das ações voluntárias. Em 53,7% das companhias, o tempo dedicado é parcial, enquanto 46% permitem que seu colaborador dedique tempo integral – 14,7% a mais que na pesquisa anterior.
Françoise Trapenard, presidente da Fundação Telefônica Vivo, integrante do CBVE, afirmou, durante o seminário de lançamento da pesquisa, que tudo que é relacionado à razão foi superdesenvolvido ao longo da história enquanto as dimensões éticas foram subdesenvolvidas. “Precisamos de uma sociedade mais colaborativa e por isso devemos trabalhar essas dimensões através do voluntariado, que é o melhor laboratório para o desenvolvimento”. Para Françoise, as empresas sofrem pressões por resultados cada vez maiores e é preciso chegar a um novo modelo de capitalismo, que seja mais sustentável.
O CBVE ouviu, para fazer a pesquisa, cem empresas em todo o país entre os meses de abril e julho deste ano.